segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Intervenção Psicopedagógica


Como se morre de velhice 
ou de acidente ou de doença, 

morro, Senhor, de indiferença. 
Da indiferença deste mundo 
onde o que se sente e se pensa 
não tem eco, na ausência imensa. 
Na ausência, areia movediça 
onde se escreve igual sentença 
para o que é vencido e o que vença. 
Salva-me, Senhor, do horizonte 
sem estímulo ou recompensa 
onde o amor equivale à ofensa. 
De boca amarga e de alma triste 
sinto a minha própria presença 
num céu de loucura suspensa. 
Já não se morre de velhice 
nem de acidente nem de doença, 
mas, Senhor, só de indiferença

(Cecília Meireles, in 'Poemas 1957)

A intervenção psicopedagógica com pessoas idosas atua justamente para minimizar essa “indiferença”.
Ás vezes, a indiferença de familiares e da sociedade, faz com o idoso se torne apático perante a própria vida, sendo este o momento em que geralmente adoece.
Não ter mais perspectivas, olhar para o horizonte – tão sonhado na juventude – sem ter estímulos, sem vontade em persistir no eco e na importância de suas palavras e atitudes, faz com a vida deixe de ser vivida, trazendo monotonia e tédio para a vida da pessoa.
A intervenção psicopedagógica, visa à inserção do idoso à sociedade, incentivando-o a reintegrar sua vida, por meio de estímulos que despertem seu desejo pelo saber.
Esse saber, não é apenas o “saber” acadêmico e escolarizado, é o desejo de aprender e saber ainda mais com a vida. Ter novamente sonhos do futuro, utilizar a mente, colocar o raciocínio em funcionamento, ler, falar, declamar, escrever, voltar a ser o autor de sua história, com dignidade e auto-estima elevada, pura e simplesmente, por que ainda pode contemplar a vida.

Essa mudança de olhar para a vida é uma das intervenções do psicopedagogo. Em sessões semanais com o idoso, promove situações de desafios intelectuais por meio de jogos, conversas, leituras e “troca de saberes” que capacitam, reciclam e promovem um grande bem estar pessoal. Gerando, muitas vezes, a mudança de rotina e desempenho em relação às atividades do dia a dia.
Porém, seu espírito deve estar aberto para novos fatos, desafios. O tédio, o ócio, o medo de ousar, são sentimentos que isolam o idoso do convívio de outras pessoas.
Todas as pessoas têm a capacidade de aprender durante sua existência. Para tanto, precisam, ser motivadas. A falta de excitação intelectual leva a estagnação cognitiva, consequentemente, à morte do desejo.
Sem desejo, não se vive!

Créditos: Lully Nascimento

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

CONCEITO DE TERCEIRA IDADE




Terceira idade

_________________________________
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A terceira idade é uma etapa da vida de um indivíduo. A época em que uma pessoa é considerada na fase da terceira idade varia conforme a cultura e desenvolvimento da sociedade em que vive. 

Em países desenvolvidos, alguém é considerado de terceira idade a partir dos 60 anos. Para a geriatria dos países nórdicos onde a expectativa de vida é a mais longa de todas, somente após alcançar 75 anos a pessoa é considerada de terceira idade.
Não existe um consenso com relação à fronteira que limita a fase pré e pós-velhice, nem tampouco com relação aos indícios mais comuns da chegada nesta fase. Dados doIBGE demonstram que entre 1995 e 1999, o número de pessoas com mais de 60 anos no Brasil cresceu em 14,5%.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

José Saramago: A viagem não acaba nunca...


A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa.
Quando o visitante sentou na areia da praia e disse:
“Não há mais o que ver”, saiba que não era assim.
O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre.

José Saramago